Surpresa!
em Usabilidade
Assisti a uma palestra interessantíssima da Cristina de Luca, do jornal O Globo. O tema "Surpresa ou Usabilidade" deixava claro o novo posicionamento da comunidade Web, tanto acadêmica como profissional.
Ser apenas usável não é garantia de sucesso para ninguém. O website tem também que suprir algumas necessidades emocionais dos usuários. O fator surpresa e a beleza são apenas alguns dos elementos que compõem esta nova face do HCI. Os outros ainda estamos procurando...
é inevitável que com estas novas discussões surjam novos pontos de conflito. O fator supresa, por exemplo, ainda precisa ser bem amadurecido. Afinal, se você quer realmente surpreender alguém, este alguém estará sendo enganado por algum momento, certo? Ele estará fora do controle da situação. Alguns dos xiitas da usabilidade [acredite, eu não sou um deles! 8:D] confiam plenamente que os usuários têm que ter controle absoluto de tudo que acontece em sua tela. Partindo deste príncipio, para chamar a atenção do usuário para uma parte específica da tela, você tem que fazer um malabarismo textual ou visual qualquer para forçá-lo a olhar e clicar naquele ponto. Não vale usar qualquer recurso que o usuário tenha que ir lá e clicar para não ver. Isso também não me parece nada democrático.
Estes dias estava vendo um mapa no site do The Weather Channel. Depois de um tempo, entrou um sujeito andando sobre o mapa. Pensei que era o homem do tempo, sei lá! Mas não... era apenas um anúncio de uma empresa fabricante de celulares. Pergunta-me se senti invadida com o pseudo-homem do tempo? Claro que não! Não houve sobrecarga no processamento, não houve mais janelas entupindo minha barra de ferramentas, nada disso. Ele chegou, fez umas firulas e desapareceu.
Sei que estas palavras são um alento para vários marketeiros e designers de plantão que não dormiram muito bem depois desta onda de usabilidade. Sem dúvida agora há mais liberdade para a criação. Mas devemos sempre ter o bom senso para mesurar se estamos passando dos limites ou não.