pixeladas aleatórias


Relógios, homens e carrinhos de supermercado

em Design

Dias atrás, estava à toa ouvindo a conversa dos outros quando pesquei uma frase no meio do contexto. Minha sobrinha, que trabalha há bastante tempo no setor de relógios, disse qual era a marca do relógio do personagem do Marcello Antony na novela das oito. Que meu marido não leia isso, mas a última coisa que iria reparar neste homem era o relógio. Seria bem diferente se ele sentasse num computador. Seja qual for o aplicativo que ele fosse abrir, eu reconheceria imediatamente.

Sempre é assim. Algo que nos é familiar ou que faz parte de nossos interesses imediatos são percebidos mais facilmente e nos causam um impacto maior que outros elementos do cenário.

Sabendo disso, podemos dar mais um passo em direção à empatia com nossos usuários. Conhecendo-os bem, você pode listar o que lhe é mais familiar e o que faz parte de seus interesses. De posse desta lista, construir uma interface mais eficiente fica bem mais fácil, acredite!

Sei que muitos designers podem me odiar por falar isso, mas acho que devemos utilizar mais convenções e menos invenções. Carrinhos de supermercado podem não ser os ícones mais fofos do universo, mas não há um usuário na Internet que não os reconheçam como um botão para acrescentar um produto à lista de compras ou ir fazer o check-out. Qualquer esforço contra uma convenção como esta pode custar um cliente em potencial.

Vejamos o caso da Casa & Vídeo. Aquelas sacolas amarelas de gosto duvidoso são uma marca das lojas na vida real, mas para alguém que não conheça a loja irá demorar um pouco para se tocar que aquela é a deixa para o check-out. Serão segundos a mais. Neste meio tempo, o usuário pode desistir da compra. Mas este não é o verdadeiro problema para mim, e sim a antipatia que este usuário pode criar com a loja virtual. é certo que a antipatia é um critério subjetivo demais, ainda mais se for uma antipatia inconsciente, mas não podemos ignorar mais critérios imesuráveis como este, não é?

publicado em 30/06/2003, às 11:48 | comente!